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Parece que os benfiquistas ou são contra ou a favor. Não há meio termo. Pelos fóruns e blogosfera percebe-se que só há duas posições para todos os assuntos:

- o Luís Filipe Vieira já fez muito pelo clube e é o maior/o Luís Filipe Vieira é um bandalho que se anda a aproveitar do benfica e só pensa nos negócios dele.
- o Roberto é o nosso guarda-redes e merece toda a nossa confiança/o Roberto não vale nada.

Quem estiver entre as duas posições rapidamente é enquadrado numa delas, porque misturar cores dá trabalho e o branco ou preto são fáceis de identificar.

Se alguém fala mal do Roberto é logo enquadrado por alguns no conjunto de benfiquistas da treta, que assobiam os próprios jogadores e só aparecem nas vitórias. O Paulo Almeida devia ser o maior, o Luís Filipe também é um excelente jogador para o nosso lado direito e o blogue Vedeta ou Marreta nem faz sentido, porque todos os jogadores do Benfica são e sempre foram muito bons. Sentido crítico? Isso é para os detractores, para a imprensa amiga dos rivais, para os inimigos do Benfica (e os maiores estão dentro do clube, dizem eles - estão, mas não da maneira que pensam).

Pois bem, desde logo achei que era escandaloso dar 8,5 milhões de euros por um guarda-redes nos dias que correm. O Di Maria e o Ramires foram vendidos bem abaixo das cláusulas, porque o mercado está complicado, disse-se. O tempo das vacas gordas já lá vai e as grandes compras e vendas por dezenas de milhões de euros acabaram-se. De acordo com essa lógica nunca se poderia dar 8,5 milhões de euros por um guarda-redes com o currículo de Roberto, mesmo que ele fosse bom. Por esse preço tinha que ser um predestinado. E está visto que não é. Nem predestinado, nem bom.

Dizer que o Roberto não serve para o Benfica pelo valor que foi comprado não quer dizer que se vá assobiar e deitar o jogador abaixo. O pobre coitado é o menos culpado nesta história toda. Mas acusar quem tem esta opinião de ser mau adepto e bater palminhas ao Roberto cada vez que ele não faz asneira também não é ser bom benfiquista, é estar a fazer de conta que está tudo bem. E não está.