quarta-feira, 25 de junho de 2014

A equipa da FPF

Somos um povo desportivamente pobre. Demasiado focados num único desporto, sem cultura desportiva no geral mas também no futebol em particular. Tal como dos 6 milhões só são adeptos a sério umas dezenas de milhares, também o resto do país só se interessa por bola para achincalhar o colega do trabalho à segunda-feira.

É assim que se explicam as expectativas desmedidas em relação a esta selecção. Do nosso onze, só Cristiano Ronaldo era titular na Alemanha. E só ele e o Fábio Coentrão seriam titulares numa ou outra selecção.

Dito isto, não jogamos nada, mesmo contando com as nossas limitações. E aqui a culpa é do nosso seleccionador e, por extensão, da FPF, para quem está tudo bem.

Há outras selecções que compensam a falta de qualidade individual com trabalho táctico e atitude, mas Portugal limita-se a ser medíocre em campo.

- Temos um dos melhores do mundo, este ano considerado mesmo o melhor, um homem que marca dezenas de golos por época há várias épocas consecutivas. No entanto nem jogamos para ele, nem ele joga para a equipa. Anda ali, não defende, mas também não montámos nenhuma estratégia para retirar o melhor dele.

- Se não temos pontas de lança à altura e o nosso meio campo está envelhecido e apresenta dificuldades porque não jogar com mais jogadores no meio campo e soltar Ronaldo na frente?

- Porque continua PB a insistir em Bruno Alves, Miguel Veloso ou Raul Meireles em vez de Neto (ou até Ricardo Costa), William Carvalho, Ruben Amorim ou André Almeida?

Nada disto faz sentido para mim. E é engraçado que o país não conteste o Paulo Bento por esta falta de qualidade e lógica de jogo, pobre trabalho táctico e estratégico, inconsistências gritantes na qualidade das escolhas do onze titular. Não, o povo contesta o Paulo Bento porque, como já ouvi, "temos uma grande equipa e não jogamos nada".

Sem comentários: