segunda-feira, 25 de abril de 2011

O plantel e o meio-campo.

Tenho ouvido muitas opiniões de adeptos e comentadores acerca do plantel do Benfica. Principalmente depois destes jogos em que se tem notado cansaço dos habituais titulares ou em que as segundas escolhas têm sido chamadas e ficado abaixo das expectativas. Muita gente diz que o plantel é curto e tem pouca qualidade. Comparam até ao ano passado. E é aqui que eu fico espantado. Se descontarmos o 11 inicial, onde perdemos Quim, Ramires e Di Maria por troca directa com Roberto, Salvio e Gaitán, temos um banco mais forte que o ano passado. Os jogadores que chegaram a meio da época já estão ambientados e fora esses não há grandes diferenças. A diferença reside na lesão do Ruben Amorim, que era o único jogador que tinha características parecidas com as de Ramires. E foi a perda de Ramires, muito mais que a de Di Maria, que juntamente com a lesão do Ruben Amorim mais se fez sentir no Benfica.


Contra equipas mais fracas em casa, um meio-campo com o Javi Garcia mais fixo à frente da defesa e o Aimar e dois extremos que pouco fecham no meio pode ser suficiente. Quando se joga com equipas como o Porto e outras equipas estrangeiras ao nível da Champions e desta última fase da Liga Europa isto torna-se bastante mais complicado. Ter Ramires é uma coisa. Enchia o campo, fechava ao meio, na direita, aparecia a compensar o lateral, compensava o Javi e ainda aparecia a finalizar. O Ruben Amorim, ainda que com mais limitações, pode ser usado neste papel. Um jogador como o Salvio não. E é no meio campo que o Benfica perde o controlo de todos estes jogos contra o Porto, contra o PSV, Schalke, etc...

Este 4-4-2 do Jesus só funciona com um jogador como o Ramires e, mesmo assim, com algumas limitações contra equipas que povoam mais o meio-campo (Fernando, Moutinho, Guarin ou Belluschi e ainda os 3 avançados a descer). Tal como o do Quique não funcionava pelos mesmos motivos.

Hoje em dia só vejo um 4-4-2 funcionar em losango com dois médios interiores e dois avançados rápidos. De resto não vejo hipótese de sucesso a longo prazo a não ser que seja um futebol demolidor com jogadores do outro mundo. Se o Jesus não modificar a forma de jogar do Benfica para a próxima época, prevejo muitas semelhanças com esta.

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